Escolas particulares encontraram na tecnologia soluções para manter a engrenagem da educação funcionando durante a pandemia. Segundo o relatório inédito “As Escolas Privadas do Brasil Durante a Pandemia”, elaborado pela Layers Education, startup que unifica aplicativos de gestão escolar, a plataforma, que oferece ferramentas como agenda, mural de recados, entre outras funcionalidades, foi utilizada 129% mais vezes em 2021 do que em 2019. O levantamento foi realizado com mais de 600 instituições de ensino da base da edtech.
No e-commerce oferecido pela startup, para facilitar aos pais e responsáveis a compra de materiais didáticos e escolares, enquanto os gastos médios entre novembro de 2019 a fevereiro de 2020 foi de R$ 979,82, no mesmo período de 2020-2021, foi de R$ 1.219,27. Segundo Danilo Yoneshige, CEO da Layers, a suspensão de viagens e de atividades de lazer na pandemia pode ter feito com que os pais e responsáveis destinassem as economias para investimento na educação dos estudantes.
“Ter a comodidade de fazer compras por meio de um aplicativo de computador ou celular recomendado pela instituição do aluno é uma das razões do aumento das vendas na plataforma. Mas não podemos esquecer que a alta na inflação também impactou os preços dos materiais”, afirma. Para 2021, segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o preço repassado da indústria para o varejo foi 15% a 30% maior em 2022.
Ainda em relação a gastos, a forma de pagamento escolhida no período de 2021 foi 70% cartão de crédito, sendo 38,22% das operações realizadas à vista, enquanto 16,63% escolheram parcelar em 10 vezes. Essa tendência vai na contramão da economia, em que o costume de efetuar compras parceladas cresceu 75% na pandemia, de acordo com a Associação Brasileira de Internet (Abranet).
Toda essa realidade contrasta bastante com o ensino público no Brasil. O Censo Escolar de 2020 revela que, enquanto 85% das escolas particulares de ensino infantil têm acesso à internet, nas escolas municipais do segmento o percentual é de apenas 52,7%. Em relação ao investimento no setor público, o que em 2018 representava apenas 4% do PIB do Brasil, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), não mudou nada em 2020 ou 2021.
“Mesmo tendo sido um momento crucial, a educação não pode contar com subsídios governamentais para reduzir o impacto na aprendizagem e adaptar o sistema de ensino às necessidades surgidas na pandemia”, diz Yoneshige. “As instituições privadas estão mais habituadas em lidar com questões como baixo orçamento, perda de receita em decorrência da troca das matrículas particulares pelas públicas, por exemplo, o que pode explicar o segmento ter se desenvolvido melhor no período.”
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Originalmente publicado em Direcional Escolas