A recém chegada tecnologia 5G ao Brasil – que oficialmente estreou na cidade de São Paulo no dia 4 de agosto – promete revolucionar vários setores da sociedade, entre eles o da Educação. A nova tecnologia deve proporcionar uma maior acessibilidade, otimizando as aulas híbridas em sala de aula, o Ensino a Distância (EAD), entre outras vantagens para o percurso curricular estudantil.
Na pandemia, um dos importantes desafios para a disponibilização da internet em diversos centros de ensino brasileiros, foi a complexidade e o custo de investimento a fim de criar uma estrutura que possibilitasse o acesso à rede wi-fi no espaço escolar.
Uma das mudanças promovidas pelo 5G na Educação é remover esse obstáculo, tornando mais fácil trazer o meio digital para a sala de aula.
Além disso, espera-se uma ampliação da interatividade com melhorias audiovisuais nas videoconferências, possibilitando o fortalecimento do ensino móvel e à distância, mesmo em áreas rurais, devido ao aumento da velocidade e da taxa de transmissão de dados.
Também será possível a maior utilização de recursos multimídia tanto em sala de aula quanto remotamente, com os estudantes tendo acesso a filmes em alta definição, imagens, áudios e dados para consultas e estudos em tempo real.
Inclusive, existirá a possibilidade de desenvolver novas habilidades e talentos pela inserção no ensino à distância de conteúdos dinâmicos como: música, ginástica, dança, ensino psicomotor, entre outros.
Confira a seguir o que é a nova tecnologia e como ela promete revolucionar a educação.
A tecnologia 5G é a última geração de rede de internet móvel, que substituirá suas antecessoras 3G e 4G, em aparelhos celulares, tablets, ipads, entre outros. A promessa é que, devido ao avanço da tecnologia, o 5G traga mais velocidade para transporte de dados, downloads e uploads de arquivos, além de uma cobertura mais ampla e maior estabilidade nas conexões com a internet.
Só para ter uma ideia do potencial inovador desta nova tecnologia, enquanto as redes 4G atingem em média a velocidade de 45 Mbps (megabit por segundo), a expectativa é que o 5G alcance cerca de 1 Gbps (gigabit por segundo).
O grande destaque do 5G é a promessa de possibilitar maior conectividade, ampliando o conceito da Internet das Coisas. Lançando mão dessa nova tecnologia, será possível conectar carros, eletrônicos, câmeras de segurança, celulares, notebooks, geladeiras, micro-ondas e diversos outros dispositivos na mesma rede, a partir de uma conexão mais ampla e estável.
O Ensino Híbrido nada mais é do que a união dos ensinos on-line e off-line como estratégia pedagógica. Com o 5G na Educação, colocar esse modelo de ensino em prática se torna mais fácil.
Será possível aos estudantes, por exemplo, baixar aplicativos durante as aulas para a realização de atividades on-line, assim como esse meio digital facilitará o acesso às novas tecnologias que oferecem uma experiência mais real e profunda no aprendizado, como o Metaverso, por exemplo.
O 5G também aumentará a eficiência e o realismo de técnicas como a realidade virtual e realidade aumentada, possibilitando aulas imersivas. Será possível levar os estudantes para momentos históricos marcantes, ou para qualquer ponto do planeta, ou, até mesmo para estudar o interior do corpo humano, por exemplo.
Será possível o uso da Inteligência Artificial para personalização do ensino, permitindo ao estabelecimento de ensino e ao professor mapear aptidões naturais e maiores dificuldades dos estudantes, e sugerindo as melhores estratégias para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e empreendedoras mais alinhadas com as capacidades demonstradas.
Todos estes novos recursos permitirão que as aulas se tornem não só mais dinâmicas, como também mais divertidas para os estudantes, ampliando o potencial de engajamento e a qualidade de aprendizado.
A instabilidade da conexão impõe alguns limites que podem deixar de existir com o 5G na Educação. Isso porque, com uma internet mais veloz e estável, é viável ter mais flexibilidade nas atividades escolares, podendo ampliar o ensino remoto.
Isso permite que um professor do outro lado do país apresente uma palestra aos estudantes sem a necessidade de deslocamento, assim como esse professor terá a oportunidade de passar vídeos e filmes em sala de aula utilizando aplicativos de streaming, o que hoje é um desafio para muitos educadores.
De modo geral, a tecnologia 5G na Educação vai diminuir custos, ampliar a possibilidade de transmissão de dados e reduzir impactos ambientais.
Com isso, os professores e os estudantes terão maior flexibilidade para explorar tecnologias, tanto novas quanto as existentes, ultrapassando barreiras que a conectividade limitava ao wi-fi e a outros dispositivos que exigem estrutura e orçamento maior.
Vantagens do 5G frente a outras redes móveis
A tecnologia 5G tem um ganho de qualidade em vários aspectos quando comparada ao 4G. Ela irá conferir:
• latência (tempo de resposta de dispositivos a uma conexão) entre 1 a 10 milissegundos (ms), frente a taxa atual que varia entre 30 e 50 ms com o 4G;
• taxa de download com capacidade para até 10 Gbps, enquanto o 4G atende de 300 Mbps a 1Gbps;
• velocidade de upload de mais de 1 Gbps, sendo que o máximo atingido pelo 4G é de 50 Mbps;
• consumo de energia mais baixo;
• densidade de conexão de 1 milhão de dispositivos por quilômetro quadrado;
• maior alcance de sinal, podendo chegar a áreas afastadas e desprovidas de internet.
Todos esses ganhos compõem um cenário promissor para a empregabilidade de inovações, estímulo de educadores e inclusão de parcelas desassistidas da população.
Conectividade digital nas escolas
Especialistas apostam na tecnologia como a base da educação para o futuro, agregando características como:
• escalabilidade;
• segurança;
• imersão;
• colaboração;
• inclusão;
• inovação;
• personalização.
A perspectiva é de que haja a formação de uma nova consciência crítica, e que a tecnologia não esteja à parte, mas que integre o aprendizado, proporcionando o desenvolvimento de habilidades condizentes às oportunidades de mercado que devem ser criadas.
A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) divulgou um balanço mostrando um aumento representativo no interesse por cursos de Ensino à Distância (EAD).
Em 2020, antes da pandemia, 60% das pessoas entrevistadas pretendiam procurar apenas
cursos presenciais. Após as incertezas trazidas pela disseminação do COVID-19, somente 22% dos respondentes afirmaram ter interesse em cursos presenciais. 78% das pessoas passaram a considerar a possibilidade de estudar à distância.
Mas não é somente a pandemia o fator responsável por essa nova percepção acerca do ensino remoto. Os horários flexíveis são uma grande vantagem, e essa modalidade tende a se manter em crescimento. Até 2023, a entidade prevê que as matrículas de EAD superem a quantidade de inscrições em cursos presenciais.
O 5G na educação deve potencializar e democratizar ainda mais essa possibilidade de formação.
Com a redução de gastos em instituições educacionais — a longo prazo —, abre-se a chance de novos horizontes para investimentos em projetos de estudos.
Outro ponto que irá agregar qualidade a essa frente educacional será o fortalecimento de instrumentos multimídia. Imagine que será muito mais fácil ter acesso a grandes acervos de conhecimento com áudios, dados e vídeos high definition.
Podemos nos referir, ainda, aos laboratórios virtuais como um grande diferencial para a eficiência dos cursos de Instituição de Ensino Superior.
Atividades que antes eram desempenhadas em grupos, por exemplo, podem ser praticadas individualmente. E mais: é possível repeti-las quantas vezes for preciso.
Um novo conceito tem se espalhado no mundo e no Brasil, propondo formatos diversos de aprendizagem a partir da tecnologia. A união das palavras educação (ou education, em inglês) e tecnologia (ou technology) resultaram no termo edtech.
O nome faz referência a empresas que se dedicam ao desenvolvimento de recursos de aplicação sistemática para modernização do ensino e gestão pedagógica e financeira.
Fazem parte desse grupo empreendimentos que trabalham para prover soluções como:
• jogos educativos;
• cursos online;
• acervos digitais;
• ferramentas de tutoria;
• plataformas de avaliação;
• ambiente virtual de aprendizagem (AVA);
• laboratórios virtuais;
• sistemas de gestão administrativa;
• artifícios de realidade virtual e aumentada.
De acordo com o EdTechX Global Report, o mercado global desse segmento movimentou uma receita de mais de US$ 180 bilhões em 2020. O estudo reforça, ainda, que os investimentos em educação devem chegar a 6,6% do PIB mundial em 2025.
A quinta geração de redes móveis na educação terá grande participação no aquecimento deste segmento.
O país precisa construir sua rede de antenas de 5G, o que significa que todas as vantagens da nova tecnologia ainda levarão um bom tempo para chegar ao cidadão comum. Segundo dados da Anatel, a Vivo é a que tem mais antenas no Brasil com 28.271. Só no mês de fevereiro foram instaladas 98 novas torres. Em seguida vem a TIM, com 26.658 torres. Já a Claro é a pioneira na comercialização do 3G, do 4G, do 4.5 G e da primeira rede comercial do 5G DSS do Brasil. Veja o cronograma para a implementação do 5G no Brasil:
– até 31 de julho de 2022: para capitais e o Distrito Federal;
– até 31 de julho de 2025: para cidades com mais de 500 mil habitantes;
– até 31 de julho de 2026: para localidades com mais de 200 mil pessoas;
– até 31 de julho de 2027: para municípios com mais de 100 mil habitantes;
– até 31 de julho de 2028: para metade dos municípios com mais de 30 mil habitantes;
– até 31 de julho de 2029: para municípios com mais de 30 mil habitantes;
– até 31 de dezembro de 2029: municípios abaixo de 30 mil habitantes.
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Originalmente publicado em: https://www.opet.com.br/blog/interna/5g-promete-revolucionar-o-ensino