A Amazon Web Services (AWS), negócio de computação em nuvem da Amazon, aconselhou empresas dos setores privado e público a mover mais serviços para o cloud computing, de onde podem extrair informações valiosas de seus dados de uma forma significativamente mais eficaz em tempos econômicos incertos, além de ajudar a encontrar soluções para questões socioambienoambientais. A empresa realizou sua conferência anual AWS re:Invent, que reuniu mais de 50 mil clientes, parceiros e desenvolvedores em Las Vegas e mais de 300 mil participantes virtualmente.
“Se você quer apertar o cinto, a nuvem é o lugar para fazer isso”, disse o CEO da AWS, Adam Selipsky, referindo-se à flexibilidade que a computação em nuvem oferece às empresas para aumentar ou diminuir a escala diante da flutuação de demanda. Nesse sentido, citou o exemplo do Airbnb, que, sendo uma empresa que já utilizava nuvem, estava mais bem equipada sobre o que fazer quando a procura por seus serviços caiu drasticamente durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19.
Um ambiente ágil, flexível e que permite às empresas inovar rapidamente é o principal motivo pelo qual o cloud computing funciona como solução para momentos de incerteza. Ao mesmo tempo, é também a resposta perfeita para o empreendedorismo. Por isso, atualmente, 83% dos unicórnios do mundo, ou seja, as startups com valor acima de US$ 1 bilhão, utilizam os serviços em nuvem da AWS — a lista inclui iniciativas do porte de QuintoAndar, C6 e WildlifeStudios. “No cenário atual, precisamos inovar mais rápido, atender os clientes melhor, e a nuvem permite avançar, reduzindo custos e ganhando escala”, argumentou Selipsky.
Um tema recorrente do AWS re:Invent 2022 foi a necessidade de ter as ferramentas certas para entender dados. Selipsky comparou a tarefa de tentar analisar quantidades cada vez maiores de dados a explorar os confins do espaço ou as partes mais profundas do oceano. Isso preparou o cenário para os principais anúncios de produtos da empresa. Entre eles, o Amazon DataZone, um novo serviço de gerenciamento de dados para ajudar grandes grupos de usuários a encontrar, organizar e compartilhar dados com facilidade em suas organizações e, em seguida, usar ferramentas para analisá-los. “Vamos continuar inovando e buscando formas mais eficientes para vocês analisarem seus dados e encontrá-los sempre que precisarem, com segurança”, comentou o CEO.
Parte da apresentação do CEO foi dedicada a comentar aplicações concretas e usos de caso da nuvem e da capacidade de gerenciar dados com inteligência e segurança, como é o caso do AWS Supply Chain. Esse novo serviço combina a história de 30 anos da empresa no campo da logística com o aprendizado de máquina (machine learning) para fornecer insights e recomendações sobre como as empresas podem gerenciar melhor o estoque.
Com os avanços da computação em nuvem, o que costumava levar anos para ser alcançado agora leva semanas ou menos, de acordo com Max Peterson, vice-presidente global de Setor Público da AWS. A empresa tem colaborado com entidades públicas e privadas em áreas como Saúde, Segurança Pública e Pesquisa Espacial para ajudar a encontrar soluções para os para os problemas mais prementes do mundo.
Com isso em mente, a AWS reforça seu compromisso com metas ambiciosas de sustentabilidade: utilizar 100% de energia renovável até 2025 e, até 2030, ser positivo em água, ou seja, devolver mais água para as comunidades do que a que é utilizada em suas operações em todo o mundo. A métrica global de eficiência de uso do recurso pela empresa em 2021 foi de 0,25 litro de água por quilowatt-hora, o que faz da AWS líder em eficiência hídrica entre os provedores de nuvem. “Sabemos que essa é a postura certa a adotar em prol do meio ambiente e dos nossos clientes”, define o CEO.
Especialização de profissionais
Para lidar com o principal obstáculo enfrentado pelas empresas na aceleração de sua jornada para nuvem — a falta de profissionais de tecnologia treinados —, a AWS investe constantemente na formação de pessoas por meio de iniciativas próprias e em conjunto com clientes e parceiros de negócios. Desde 2017, a AWS já treinou mais de 400 mil brasileiros em cloud computing e está comprometida a treinar gratuitamente 29 milhões de pessoas no mundo até 2025.
A empresa anunciou também que vai investir mais de R$ 5 milhões em iniciativas que geram impacto social e atuam diretamente na capacitação de pessoas vulneráveis e grupos minoritários, com o foco em ajudar a reduzir o gap de talentos no país. Uma das organizações contempladas será a Escola da Nuvem, organização não governamental criada a partir da união de empresários e profissionais do setor de tecnologia da informação e que já formou centenas de pessoas em computação em nuvem.
Assim, a AWS atua para contribuir para fortalecer as habilidades digitais da população, com impacto positivo para o aumento da renda dos profissionais. Afinal, como aponta o “Estudo global de habilidades digitais”, divulgado em novembro de 2022 pela AWS e pelo Gallup, as habilidades digitais avançadas, como arquitetura de nuvem, machine learning e desenvolvimento de software, têm um impacto significativo nos salários, nos resultados das empresas e na economia. O crescimento no número de profissionais capacitados e atuantes no setor e em TI poderia ter um impacto positivo de US$ 63 bilhões no PIB do Brasil, enquanto cada profissional qualificado adicionaria mais de US$ 6 mil aos seus rendimentos anuais
A nuvem no setor financeiro
O cloud computing ajudou diferentes setores nos últimos anos. Um deles tem sido a indústria financeira, uma área onde a adoção da nuvem cresceu em larga escala e permitiu a transformação do setor. As organizações financeiras usam os serviços da AWS para impulsionar a inovação e o crescimento dos negócios. O tema foi debatido em uma mesa-redonda durante o AWS re:Invent, da qual participaram clientes do Brasil, do Chile e do Peru.
Um dos pioneiros no mercado de bancos digitais do Brasil, assim como na migração de toda a sua infraestrutura tecnológica para a AWS, o Inter é hoje um superapp que cria todos os dias novos produtos e serviços para seus mais de 22,8 milhões de clientes. A companhia oferece serviços completos em banking, investimentos, crédito e seguros, remessas internacionais, além de um shopping que reúne os melhores varejistas do Brasil e dos Estados Unidos. “Não existe inovação sem liberdade, e precisamos dar essa inovação aos nossos desenvolvedores para que eles possam criar e experimentar. O cloud computing da AWS possibilitou que fizéssemos isso de forma mais simples e rápida”, afirmou Lucas Bernardes, diretor de Dados & Analytics, Segurança e PLD do Inter.
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Originalmente publicado em Valor Econômico
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