Para atingir o total potencial de interconectividade, a quinta geração de internet móvel precisa ter suas funções de rede em infraestrutura Cloud Native. E aí a complexidade do processo se intensifica: enquanto o 4G foi construído majoritariamente em ambientes físicos, com apenas algumas funções virtualizadas, o 5G demanda uma infraestrutura em nuvem. Os mesmos benefícios que a cloud irá proporcionar – escalabilidade, flexibilidade, inovação – trazem desafios adicionais para a operação.
Levantamento da PwC estima que o impacto do 5G no PIB Global seja de US$ 1,3 trilhão até 2030. As empresas que saírem à frente ao priorizar o investimento na implantação da tecnologia irão acelerar os resultados do negócio. Automatização das linhas de produção industrial, Inteligência Artificial (IA), computação de borda (Edge Computing) e Internet das Coisas (IoT) são algumas das tecnologias que serão escaladas com o uso do 5G.
Imagine que em um modelo tradicional de rede, as funções são revisitadas somente quando deixam de fazer sentido para o negócio, ou param de funcionar. A atualização de um core de rede é feita a cada dois anos em média. Quando passamos a falar de 5G com Cloud Native, esse cenário muda completamente. Existem soluções em nuvem que têm novas versões a cada três meses. As operadoras terão não só de se adaptar a essa nova realidade como também garantir compatibilidade e interoperabilidade entre os sistemas, sem afetar a entrega ao usuário do serviço.
A terceira ponta desse tripé tecnológico, o Edge Computing, será o principal potencializador da coleta, armazenamento e processamento de dados críticos do negócio em sites locais, dispositivos conectados ou em gateways próximos ao sensor que gera os dados. Essa tecnologia tem o potencial de agilizar a tomada de decisões e também reduzir o investimento em data centers, cloud e tráfego de dados e também impulsiona a automação e a conexão com máquinas inteligentes na operação, gerando impactos significativos em diversos negócios.
Em um país continental como o Brasil, o Edge Computing será fundamental para manufatura (fábricas conectadas), agronegócio (sensores e rastreadores no campo) e setor de logística (rastreamento de encomendas), exemplos de segmentos que serão fortemente impactados pelas potencialidades do uso dessas tecnologias.
No entanto, a adoção do Edge Computing é embrionária nas organizações, por se tratar de uma tecnologia nova, ainda sem modelos bem-definidos. Mesmo as empresas de telecomunicações estão efetivando as primeiras aquisições da tecnologia e testando seu uso, que será essencial para impulsionar todas as potencialidades do 5G.
Mudança cultural em toda a operação
Esse oceano azul de benefícios, gerado pelo tripé 5G, Edge Computing e Cloud, irá exigir, no entanto, uma mudança radical nas organizações. O impacto vai muito além da área de tecnologia, que terá de lidar com novos cenários de alta complexidade em sua gestão e operação. Supply Chain, Jurídico e mesmo C-Levels devem se familiarizar com os novos modelos de contratação, compra, orçamento e precificação. A área de Recursos Humanos deverá buscar estratégias de capacitação das equipes e contratação de novos colaboradores com skills mais adaptados às novas necessidades do mundo 5G.
Em meio a uma mudança que promete ser avassaladora nos próximos anos, sair à frente é fundamental. A migração para o 5G em Cloud Native e o uso de Edge Computing são processos demorados, de longo prazo (pelo menos três anos), que devem a ser iniciados o quanto antes. Contar com um parceiro de negócios que já vivenciou múltiplas experiências desse complexo processo é ter um importante aliado para agilizar etapas. Os que chegarem primeiro estarão munidos de aceleradores que certamente irão alavancar os modelos de negócio, operação e prestação de serviços da próxima década.
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Artigo originalmente publicado em Blog Digitizeme