O metaverso na educação é uma tendência que deriva do conceito de metaverso (meta = além e verso = universo), ou seja, um mundo virtual onde as pessoas podem realizar suas atividades por meio da utilização de avatares.
Com isso, é possível que uma pessoa seja representada por um avatar virtual, em vez de sua própria imagem física, seja para trabalhar, estudar, jogar ou qualquer outra atividade que dispense a presença “real” do indivíduo.
O metaverso é considerado uma realidade do futuro, quando se acredita que os espaços virtuais, a realidade aumentada e os espaços físicos irão se misturar, por meio da Internet das Coisas. Nesse cenário, certamente a educação também sofrerá impacto.
Recentemente, o empresário Mark Zuckerberg decidiu mudar o nome do Facebook para “Meta”, alegando que o metaverso será uma evolução da Internet na qual o usuário já não precisará estar diante da experiência para vivenciá-la.
A seguir, entenda melhor sobre a possível aplicação do metaverso na educação e como ele pode impactar a realidade nas escolas.
Cada vez mais, a tecnologia vem sendo integrada à educação, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, da realidade aumentada, da gamificação, do ensino à distância e híbrido, dos livros digitais, entre outras possibilidades.
Nesse sentido, pode-se dizer que o metaverso na educação tem certa semelhança com o que já ocorre atualmente em termos de tecnologia educacional. Entretanto, ele deve ampliar a realidade virtual como hoje é conhecida.
O metaverso é considerado o “próximo passo” depois da internet e a principal tendência para a educação. Trata-se de um aperfeiçoamento que amplia as possibilidades por meio de um universo virtual compartilhado, no qual é possível recriar experiências físicas em ambiente digital, de modo a integrar o “online” e o “offline”.
“O metaverso é a junção da realidade aumentada com a virtual, combinando o mundo digital com o material, e tudo nele acontece em tempo real. Nele você poderá acessar uma livraria e andar pelo lugar, como faria na vida real. Você paga o livro no caixa e recebe posteriormente sua compra em sua casa”. (Helena Poças Leitão, fundadora do “Sua Escola Ideal”).
Nesse cenário, será possível ter de maneira virtual as mesmas experiências do mundo físico, como visitar um museu. Assim, os alunos poderão percorrer os corredores e ver as obras expostas com óculos de realidade aumentada, além de poderem tocar as peças com luvas sensoriais.
A ideia é criar um ambiente virtual onde os alunos estejam presentes com seus avatares, reunidos na sala de aula simulada e interagindo como se estivem fisicamente presentes.
Esse ambiente virtual permite que as aulas ocorram em tempo integral, com instrutores ao vivo, objetos digitais e possibilidade de manipulação em 3D, como se tudo estivesse no mesmo espaço.
Como exemplo já existente de metaverso, é possível citar games que muitas crianças e jovens utilizam, como o Roblox e o Fornite, que simulam vivências reais na tela do computador com os avatares dos jogadores.
Entretanto, a chegada do metaverso à educação não será tão abrupta, tendo em vista que a maior parte dos professores e alunos já está familiarizada com recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem, principalmente em decorrência da experiência do ensino à distância e do ensino híbrido durante a pandemia.
Essa nova tecnologia promete trazer maior comodidade e facilidade para o processo de ensino e aprendizagem, além de tornar mais rápido o acesso ao conhecimento e fazer com que as experiências sejam mais profundas e enriquecedoras.
A experiência virtual deve ser mais intuitiva, permitindo aos alunos maior interatividade e participação no processo de ensino e aprendizagem, ampliando assim as suas experiências.
Certamente, as escolas vão precisar se adaptar ao metaverso para poder inseri-lo na educação. Será necessário pensar em novas metodologias de ensino e em novos recursos para disponibilizar aos alunos, além de reestruturar a proposta pedagógica e promover formação ao corpo docente para utilizar essa tecnologia, entre outras necessidades.
Os professores também terão que reestruturar suas práticas e aprender outra forma de ensinar, desenvolver habilidades específicas para atender essa demanda e conseguir fazer a associação entre o mundo físico e virtual de maneira adequada.
Para os alunos, certamente será bastante vantajosa a dinâmica das aulas, com experiências diversificadas e o próprio contato com a tecnologia, que tende a atrair os mais jovens.
Entretanto, uma possível crítica a essa nova realidade é o risco de uma diminuição cada vez maior das interações presenciais, do contato físico e da troca de afetos reais, com a substituição das vivências físicas pelas virtuais.
Fato é que continuamente surgem novas tecnologias e é preciso se adaptar a elas, fazendo o uso consciente dessas ferramentas e as implementando gradualmente, de maneira que possam ser utilizadas de maneira adequada.
Toda tecnologia tem o objetivo de contribuir para a vida das pessoas, facilitar processos e proporcionar novas experiências, motivo pelo qual elas estão em constante aperfeiçoamento. Não será diferente com o multiverso na educação!Como o metaverso ajudará a educação?
O metaverso na educação propõe experiências cada vez mais imersivas, aproximando o mundo físico e o virtual. Com isso, os alunos irão além do contato com o conteúdo, pois passarão a fazer parte dele e a interagir com ele ativamente.
Essa tecnologia deve promover ainda mais o protagonismo no processo de aprendizagem. Afinal, alunos terão um contato mais profundo com os objetos de estudo, ultrapassando a teoria apresentada pelo professor.
A aprendizagem deve se tornar mais fácil, pois a tendência é que os alunos consigam compreender melhor os conteúdos ao entrar em contato direto com eles e ter uma interação maior, com a complementação de seus conhecimentos teóricos por meio de experiências práticas em um ambiente virtual.
É uma inovação pedagógica que pode trazer muitas contribuições ao processo educativo. O professor poderá propor que os alunos façam um experimento na realidade virtual da mesma forma que faria em um laboratório da escola. Assim, será possível testar hipóteses de projetos na realidade virtual e aplicá-las na vida real.
A atratividade proporcionada pelos ambientes virtuais ampliados promete engajar ainda mais os alunos no processo de ensino e aprendizagem, o qual se torna mais dinâmico e divertido, tendo em vista que muitos deles já utilizam jogos digitais com avatares para entretenimento.
O metaverso pode transformar o Ensino Híbrido, aperfeiçoando a combinação entre o ambiente físico e o online, de modo a transportar os alunos para lugares diversos na realidade virtual.
O ambiente escolar pode ser recriado em um espaço virtual com o metaverso, em substituição às aulas transmitidas online. Com a nova tecnologia, os alunos poderão entrar e participar do ambiente educacional de maneira completa, em uma simulação muito mais precisa da realidade.
O processo de formação continuada de educadores pode ser realizado totalmente na realidade virtual ou híbrida. Eles terão, por exemplo, a oportunidade de estudar em instituições estrangeiras por meio da sua presença virtual no metaverso.
Os livros didáticos já estão sendo substituídos pelos e-books e a tendência é que esses materiais passem a oferecer recursos integrados ao metaverso, ampliando assim a experiência de leitura.
Por meio do metaverso, as famílias poderão visitar e conhecer a escola virtualmente, percorrer os corredores, conhecer as salas de aula, os laboratórios e os espaços comuns, sem a necessidade de se deslocarem fisicamente.
O processo de efetivação de matrículas também poderá ser feito no metaverso, com a presença virtual dos familiares, que poderão tirar dúvidas, em tempo real, em um ambiente similar ao mundo material.
O metaverso na educação tem como principal ponto positivo a inclusão e a acessibilidade, pois deve aproximar as pessoas de experiências que, de outra forma, não seriam possíveis.
Ele irá encurtar distâncias geográficas, pois dispensará o acesso físico. Com a possibilidade de acesso em qualquer lugar, haverá redução de gastos com deslocamento, o que favorece a democratização das experiências.
É possível também que o acesso a experiências imersivas no metaverso diminua a desigualdade entre alunos da rede pública e da rede privada, pois todos terão acesso a experiências semelhantes de aprendizagem.
Os alunos podem estar em qualquer lugar do mundo no metaverso, o que deve tornar as aulas mais estimulantes e completas. Será possível, por exemplo, aprender História por meio de uma visita imersiva ao próprio local estudado, ou observando a situação como se o aluno estivesse realmente lá.
Embora ainda seja muito cedo para afirmar qual será o real impacto do metaverso na educação, é importante que se reflita sobre o assunto desde, a fim de preparar a comunidade escolar e pensar em formas de integrá-lo na escola de maneira positiva.
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Originalmente publicado em: https://sae.digital/metaverso-na-educacao/