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Ensino interativo: importância e benefícios

Você conhece o ensino interativo e os seus benefícios para o processo de aprendizagem? Entenda melhor essa metodologia e saiba como desenvolvê-la em sua instituição de educação superior!

A ampliação da informatização transformou a forma de interagirmos com o meio externo. Na sala de aula (e fora dela, com a grande adoção do ensino superior a distância durante a pandemia), o ensino interativo tem proporcionado aos alunos muito mais autonomia e participação em seu próprio processo de aprendizagem.

Trata-se de um modelo que utiliza recursos tecnológicos para aumentar o interesse dos estudantes, de modo que eles participem ativamente na construção de seu conhecimento.

Para as instituições de educação superior (IES), um dos desafios é investir em conteúdos que sejam atrativos e relevantes para os alunos.

É preciso incorporar metodologias que permitam o envolvimento dos estudantes em atividades complexas. Cabe à instituição oferecer materiais e recursos tecnológicos que os ajudem a avaliar possibilidades e tomar decisões.

Neste artigo, você vai descobrir mais sobre como funciona o ensino interativo, que vantagens apresenta e como levá-lo para a sua instituição de ensino.

Continue a leitura!

O que é ensino interativo?

O ensino interativo é uma metodologia que utiliza ferramentas tecnológicas no processo de ensino-aprendizagem. Deste modo, busca promover um processo educativo mais individualizado e que atenda às necessidades de cada aluno.

Os professores passam a atuar não mais como detentores do conhecimento, transmitindo-o de uma forma unilateral, mas como mediadores.

Sendo assim, torna-se papel das instituições de ensino e dos docentes apresentarem situações e problemas reais para que os estudantes os resolvam com o apoio de aparatos tecnológicos e interações com o meio ao seu redor.

Neste sentido, é importante destacar que o ensino interativo vai além do uso da tecnologia. Uma visita a um museu, por exemplo, pode se enquadrar neste modelo, que coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem.

Pirâmide de William Glasser

Dentre os meios utilizados para que se adquira conhecimento, há alguns com processo de assimilação mais eficiente.

O psiquiatra americano William Glasser (1925-2013) publicou a Teoria da Escolha. Segundo o estudo, assim como todas as escolhas do comportamento humano, a escolha por adquirir conhecimento é motivada para que satisfaça cinco necessidades básicas: sobrevivência, pertencimento ao grupo, liberdade, poder e diversão.

A maior dessas necessidades seria a de pertencimento. Para o autor, ela faz parte de nosso desejo de não sermos prisioneiros do tédio. Portanto, se as aulas gerarem tédio, os alunos irão buscar maneiras de aprendizado que sejam mais divertidas e, como consequência, interativas.

Segundo a pirâmide da aprendizagem de William Glasser, os estudantes aprendem cerca de:

•10% lendo;
•20% escrevendo;
•50% observando a escutando;
•70% discutindo com outras pessoas;
•80% praticando;
•95% ensinando.

Sendo assim, os métodos mais eficientes estão inseridos numa abordagem de ensino interativo.

Sala de aula invertida

Vale destacar aqui o conceito de “sala de aula invertida” – em inglês, flipped classroom.

Em vez de o professor apresentar o conteúdo, transmitindo conhecimento aos estudantes, o objetivo deste método é que os próprios alunos já cheguem na sala de aula após terem buscado conhecimento sobre o tema em casa.

Assim, conseguirão desenvolver as suas próprias reflexões e se preparar para o debate e atividades colaborativas em classe.

Ou seja, os alunos deixam para trás aquela postura passiva, de ouvinte, e assumem o protagonismo do seu aprendizado.

O educador, por sua vez, abre mão do papel de expositor e passa a mediar atividades interessantes e envolventes. Sua função é direcionar os alunos na construção do próprio conhecimento.

Quais são as vantagens do ensino interativo?
Mais do que aumentar a autonomia dos estudantes e ajudá-los na tomada de decisões, o ensino interativo apresenta vantagens que o tornaram mandatório nos dias de hoje. Confira a seguir!

1. Flexibilidade

O processo de aprendizado pode se adequar à realidade do aluno, que tem maior liberdade para organizar seus horários com outras atividades e programar os estudos.

2. Multidisciplinaridade

O ensino interativo promove a multidisciplinaridade, já que permite a junção de conceitos de diferentes áreas do conhecimento para a resolução de um problema ou atividade.

3. Engajamento dos alunos

Manter os estudantes engajados nos cursos ainda é um desafio para as instituições de ensino.

Você já viu que, quando o aluno se entedia e perde o interesse, toda a experiência de aprendizagem pode ser prejudicada.

A boa notícia é que o ensino interativo resolve esta questão. Ao apresentar problemas relacionados à vida real, as aulas geram engajamento dos estudantes, que conseguem identificar o valor do conhecimento adquirido, seja para a prática profissional ou para outros campos.

4. Valorização das relações interpessoais

Este modelo de ensino também intensifica as relações estudante-professor e estudante-estudante.

No primeiro caso, tornar mais horizontal a comunicação entre docentes e discentes e apostar na promoção das habilidades sociemocionais ajuda os professores a desenvolverem um relacionamento melhor com os alunos. Cria-se, assim, um ambiente de aprendizagem permeado pela empatia.

Já o estreitamento da relação entre estudantes estimula o trabalho em equipe. Deste modo, os alunos têm a oportunidade de desenvolver características que os ajudaram enquanto profissionais.

5. Maior facilidade no acesso ao mercado de trabalho

Outra vantagem do ensino interativo é tornar mais fácil o acesso dos estudantes ao mercado de trabalho. Isso acontece porque este método estimula tanto o desenvolvimento de habilidades socioemocionais quanto o uso de ferramentas tecnológicas, ambos imprescindíveis para o mercado de trabalho.

Aliás, para 77% dos empregadores, as competências socioemocionais – também conhecidas como soft skills – são tão importantes quanto as técnicas.

Como aproveitar a ampliação das tecnologias educacionais?

Mesmo nos cursos mais tradicionais, é raro que o processo de aprendizagem passe ileso às novas tecnologias, até porque os estudantes das gerações mais recentes são nativos digitais.

A geração Z, nascida entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2000, nasceu em uma era amplamente conectada e digital. Os jovens desta geração não vivenciaram a vida sem internet. Inovação e tecnologia fazem parte de seu dia a dia.

Trata-se da geração que começou a experienciar mudanças mais sensíveis no processo de ensino-aprendizagem, até mesmo em decorrência da pandemia de covid-19.

O cenário atípico por que passamos nos últimos tempos fez com que a educação a distância (EaD) fosse amplamente adotada pelas instituições de ensino.

Mesmo com a ampliação da vacinação e a retomada do modelo presencial por essas instituições, os recursos tecnológicos que foram tão amplamente utilizados durante a pandemia não ficarão para trás.

Pelo contrário, eles vieram para ficar. O ensino híbrido, que integra estratégias presenciais com estratégias online, veio para fortalecer o cenário da educação.

Ele implica no uso de metodologias ativas para favorecer o aprendizado.

Um estudo realizado pelo Insper em parceria com o Instituto Unibanco mostrou que, além de melhorar o engajamento, a educação híbrida pode ajudar também a reverter de 35% a 45% das perdas na aprendizagem, causadas durante a pandemia.

Quer outras razões para utilizar tecnologias educacionais na sua instituição de ensino? Aqui vão:

•Automação de todo o processo de gestão escolar;
•Facilidade na comunicação com a comunidade acadêmica;
•Possibilidade de novos meios de interação;
•Aumento no interesse dos estudantes pelas aulas.
•Essas tecnologias podem ser aplicadas tanto na sala de aula quanto fora dela. Olha só alguns exemplos:

Recursos de realidade virtual e aumentada

A finalidade aqui é ir além dos livros e romper com os limites da sala de aula. Isso é possível com o apoio de recursos como óculos 3D.

O Google Cardboard, plataforma de realidade virtual desenvolvida pelo Google para ser usada no smartphone, fornece o modelo dos óculos Google Cardboard, que pode ser impresso e montado junto aos alunos.

O objetivo da realidade virtual é transmitir uma sensação próxima à de realidade. Para utilizar os óculos de realidade virtual (VR), basta baixar fotos ou vídeos em 360º (tiradas agrupadas ou em sequência) pelo celular. E, então, para experienciar o momento é só colocar o aparelho dentro dos óculos.

Gamificação

A gamificação diz respeito ao uso de recursos de jogos no processo de aprendizagem.

É possível, por exemplo, estabelecer desafios e missões para os estudantes, que tornem esse processo mais dinâmico e divertido.

Já existem, inclusive, empresas focadas em criar soluções de gamificação a partir de demandas educacionais.

Aplicativos

Outra tecnologia bastante empregada na educação são os aplicativos, que podem oferecer conteúdos complementares e até serem usados como ferramentas em uma estratégia de ensino a partir da gamificação, de que falamos antes.

Microlearning

O microlearning envolve atividades educacionais de curto prazo. Com linguagem simples e recursos multimídia, as aulas geralmente são oferecidas em vídeo, por meio de plataformas de aprendizagem.

O objetivo é que um conteúdo complexo seja dividido em pequenas doses de aprendizagem, para facilitar sua assimilação. Trata-se de uma metodologia flexível, capaz de fragmentar uma aula que duraria horas em pequenas partes.

O microlearning é bastante utilizado na educação corporativa, uma vez que os profissionais já possuem uma rotina diária corrida. Dessa forma, podem focar no estudo dos tópicos que são mais relevantes para o seu escopo e desenvolvimento.

Aliás, a personalização do ensino é um dos benefícios do microlearning, pois esse modelo é orientado ao aluno, sendo direcionado para atender às suas necessidades específicas.

Como oferecer um ensino interativo na IES?

Separamos algumas dicas para ajudar a sua instituição de ensino a adotar as tecnologias educacionais e incorporar definitivamente o ensino interativo. Vamos lá?

1. Diagnóstico

O primeiro passo é entender a realidade da sua instituição de ensino hoje. Procure responder a perguntas como:

Professores e alunos estão conectados?
Quais dispositivos eles utilizam?
Em que redes sociais costumam estar presentes?
Que tipo de sites gostam de acessar?
É necessário realizar tais questionamentos para criar uma conexão com a comunidade acadêmica e promover um uso efetivo das tecnologias educacionais.

2. Investimento em recursos e materiais

A aquisição de novos recursos tecnológicos é parte de processo.

Mas deve-se encarar este um investimento que ajudará a instituição a reduzir custos e aumentar a captação de alunos no futuro.

O orçamento para isso pode incluir plataformas de aprendizagem, aplicativos e outras ferramentas online; equipamentos; contratação de pacotes de serviços pedagógicos; e estrutura física.

3. Capacitação

Naturalmente, não são todos os professores que sentirão segurança inicialmente para mudar a forma com que vêm ensinando até então. Muitos também podem não estar familiarizados com o uso de determinadas tecnologias.

Sendo assim, é preciso investir em capacitação profissional e acompanhamento dos docentes, para que a dinâmica do processo de ensino-aprendizagem não seja comprometida.

A formação dos educadores para a realidade do ensino interativo é imprescindível.

4. Estímulo ao relacionamento professor-aluno

Falando nos professores, também é preciso reforçar a necessidade de horizontalizar a comunicação entre docentes e alunos.

A ideia do estudante que assimila os conteúdos repassados em classe de forma passiva precisa ser desconstruída junto aos educadores.

Só assim será possível colocar realmente em prática o ensino interativo na instituição de ensino.

Ao longo deste artigo, você viu que o ensino híbrido é um método que utiliza ferramentas tecnológicas para mudar o paradigma da sala de aula tradicional.

Mostramos as vantagens desse modelo, que coloca o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem.

Também explicamos como ele se enquadra no contexto da ampliação das tecnologias educacionais, que passam pela gamificação, uso de aplicativos e microlearning.

Por fim, apresentamos dicas para você adotar o ensino interativo na sua instituição de ensino de forma bem-sucedida.

Como você pôde acompanhar, é preciso focar em um diagnóstico da situação atual da instituição, para então partir rumo ao investimento em recursos tecnológicos e capacitação de educadores, focando ainda no estímulo a uma relação mais horizontalizada entre professores e alunos.

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Originalmente publicado em: https://blog.saraivaeducacao.com.br/ensino-interativo/

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