Houve aumento da procura por tecnologia em educação, mas país ainda precisa se adequar ao 5G.
Dado mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o acesso à internet pelo celular chega a 80,2% dos domicílios brasileiros. No entanto, a realidade é totalmente diferente quando se trata de conectividade nas escolas brasileiras.
Um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo novo presidente do Brasil será a retomada das atividades escolares e a adequação ao ensino remoto nas escolas e universidades.
É o que acredita Alfredo Freitas, especialista em educação e tecnologia que dirige a Universidade americana, Ambra University e tem 20 anos de experiência. Segundo ele, o ensino remoto deverá receber mais atenção e investimentos se o presidente eleito quiser adequar a realidade escolar brasileira a aplicada no resto do mundo.
“Já detectamos no Brasil, mesmo antes da pandemia, um aumento considerável nas matrículas em universidades via internet. Uma modalidade de estudo que está alterando a realidade dos municípios brasileiros, que até pouco tempo atrás obrigavam a força jovem a migrar para as grandes cidades em busca da formação superior.
Agora, conectados, é cada vez maior o número de estudantes que estão cursando nível superior nos rincões do país”, afirma Alfredo Freitas.
O especialista avalia que o modelo de aprendizagem via internet alcança locais com poucas ou nenhuma opção de instituição de ensino superior e está correto. Dado mais recente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mostra que entre 2008 e 2018, as matrículas de cursos de graduação a distância aumentaram 182,5%, na modalidade presencial o crescimento foi apenas de 25,9%.
“Também já detectamos um aumento da procura por tecnologia em educação para auxiliar na recomposição dos conteúdos escolares perdidos devido à pandemia. Muitos municípios já estão reformulando suas políticas educacionais para tornar o ensino pós pandemia mais online do que nunca. Uma tendência que também observamos nos Estados Unidos”, afirma Freitas.
Dados do Censo da Educação Superior no Brasil, mostram que, mesmo antes da pandemia, as matrículas em EaD cresceram 17,6% de 2016 para 2017.
Os estudantes de educação a distância (EaD) chegaram a quase 1,8 milhão em 2017 — o equivalente a 21,2% do total de matrículas em todo o ensino superior. Números que devem crescer ainda mais na avaliação de Alfredo Freitas no mundo pós- pandemia.
Na educação superior, em cursos técnicos e de línguas estudar via internet já é realidade. São inúmeras as possibilidades para capacitação de forma remota. O Brasil conta com 134 milhões de usuários de Internet, de acordo com pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), o que representa 74% da população com 10 anos ou mais.
Embora seja um número significativo, cerca de um quarto dos indivíduos (47 milhões de brasileiros) seguem desconectados. Essa realidade precisa ser mudada, segundo Alfredo Freitas. “A interação com a tecnologia estimula a aprendizagem. Como a pandemia acelerou as soluções na área de ensino a distância a expectativa é que os investimentos para que a internet chegue em áreas remotas cresçam nos próximos meses”, enfatiza Alfredo.
Um dado inédito na série histórica da pesquisa TIC Domicílios, mostra que 53% da população que vive em áreas rurais declarou ser usuária de Internet.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mostrou que de 2017 até 2020, o número de acessos à internet por via fibra óptica cresceu quase cinco vezes. Hoje, pequenos provedores suprem a demanda por internet rural, o que muitas vezes não chega as estatísticas da Anatel.
Empresas pequenas compram espaços de grandes provedores, instalam equipamentos e redistribuem o sinal.
“O cenário para o ensino remoto está promissor e deve ser considerado de perto pela nova equipe de gestão eleita. É um tema primordial”, alerta Alfredo Freitas.
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Originalmente publicado em: https://www.osaogoncalo.com.br/geral/124944/tecnologia-5g-e-o-desafio-nas-escolas-brasileiras-a-medio-prazo